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Seminário da ISCO e da OceanPact debate casos de emergência no mundo

A OceanPact, em colaboração com a International Spill Control Organization (ISCO), reuniu no Rio de Janeiro autoridades e especialistas no seminário “Poluição Marítima e Derramamento de Óleo no Século 21: Lições Aprendidas para o Brasil e a América Latina – Prontidão, Resposta e Gestão de Crises”, na última sexta-feira, 27. Cerca de 200 participantes participaram da conferência que representou um marco nacional na discussão estratégica sobre prontidão e resposta a emergências. Três painéis moderados pelo diretor Comercial da OceanPact, Érik Cunha, trataram de cenários de emergências ocorridas no Brasil, nas Ilhas Maurício e no Peru.

“Eventos como este oferecem uma oportunidade valiosa para o intercâmbio de experiências, contribuindo para a construção de um conhecimento acumulado que beneficiará a todos. Isso fortalece nossa capacidade de enfrentar desafios e aprimorar nossas práticas, reforçando nossa credibilidade e imagem perante a comunidade internacional”, afirmou Carlos Sagrera, embaixador e representante da ISCO para a América Latina.

O CEO da OceanPact, Flavio Andrade, pontuou que a evolução do conhecimento se reflete na redução dos acidentes. O executivo tratou dos desafios da exploração de petróleo na margem equatorial ao falar da expedição inédita ao Amapá, realizada pela OceanPact para avaliar as melhores formas para medir as correntes marinhas na região.  “O Brasil passa, atualmente, por diversas discussões sobre proteção ambiental, especialmente nessa região. Temos muitos desafios, mas também muitas oportunidades”.

Ao falar sobre operações em áreas transnacionais, Adriano Ranieri, CEO da EnvironPact, destacou a evolução no entendimento da existência de um espaço de atuação mútua. “Observamos que existe uma curva de evolução na cooperação, nos equipamentos e na confiança entre todos os envolvidos em preparação e resposta a emergências”.

A cooperação entre países também foi reconhecida por Fanny Chever, engenheira de projetos na Cedre. “O investimento contínuo em treinamento é fundamental para preparar nossos profissionais e equipes para lidar com desafios complexos. Não apenas para aprimorar habilidades individuais, mas também para estabelecer bases de planos de contingência sólidos. Situações de crise não conhecem fronteiras, e é crucial que trabalhemos em estreita colaboração com nossos vizinhos”.

O secretário da ISCO Matthew Sommervile fez um paralelo entre a nova fronteira de exploração brasileira com experiências de outros países, como os Estados Unidos com a exploração no Alasca, e o Reino Unido no Mar do Norte. “É possível tirar lições importantes ao olharmos outras realidades, e o conhecimento técnico sempre auxiliará a expandir os limites de nossas atuações”.

A reflexão foi compartilhada por Cintia Levita, analista ambiental do IBAMA. “Para enfrentar os desafios que temos diante de nós, é imperativo abordar as lacunas que identificamos em nossos processos e, ao mesmo tempo, aprender com as experiências de outros países que passaram por situações semelhantes. A revisão das normas é uma etapa crucial em nossa jornada, pois normas atualizadas podem formar a base para planos de emergência mais eficazes, alinhados com o que é viável na prática”.

Para Valeria Ruoppolo, diretora da AIUKÁ, “é necessário reconhecer o quanto evoluímos no Brasil no quesito de resposta a preservação da fauna nos últimos 20 anos. Existem limitações na margem equatorial, especialmente no conhecimento acumulado. Porém, é possível estarmos preparados quando integramos a resposta à proteção da fauna como parte do planejamento do começo ao fim de projetos de exploração”.

Na avaliação do consultor da Arpel Marcus Lisboa, os mecanismos de segurança e higienização melhoraram e evoluíram ao longo dos anos. “O histórico brasileiro de exploração de petróleo e gás não é de grandes acidentes. Isso mostra que estamos fazendo a coisa certa. Atuamos com responsabilidade até agora e precisamos continuar nesta direção”, concluiu.